Chorando muito, tenista perseguida por stalker durante jogo em Dubai chega em Londres

Na última terça (18), durante uma partida no WTA em Dubai, nos Emirados Árabes, Emma exigiu que o jogo fosse paralisado após avistar seu stalker na arquibancada. O perseguidor, que já recebeu uma ordem de restrição para manter distância da atleta, assinou "um compromisso formal e foi banido de torneios futuros", segundo as autoridades de Dubai.
Emma chegou a retirar as acusações contra o homem que a "abordou, deixou um bilhete, tirou uma foto dela e demonstrou um comportamento que lhe causou sofrimento". Porém, em 2022 o stalker já havia ido até a casa dela e levado um sapato do pai dela como "lembrança". O homem foi punido com uma ordem de restrição por cinco anos.
Crime de stalking no Brasil
O caso levanta um alerta sobre os riscos do stalking, crime que tem previsão no artigo 147-A do Código Penal brasileiro, conforme explica o advogado Tiago Juvêncio, especialista em Direito Tributário.
"No Brasil, o crime de stalking está previsto no artigo 147-A do Código Penal, que o define como a perseguição reiterada a alguém, por qualquer meio, ameaçando sua integridade física ou psicológica. Esse ‘qualquer meio’ inclui também o ambiente virtual. O perseguidor busca restringir a liberdade de locomoção da vítima e invadir sua privacidade”, afirma o advogado.
"Infelizmente, o stalking é um crime muito comum, praticado de diversas formas, causando grande sofrimento às vítimas. É fundamental ter cuidado e nunca subestimar os perseguidores, que exploram a vulnerabilidade da vítima. Muitas vezes, isso resulta no desenvolvimento de medos intensos e até síndromes de perseguição, afetando tanto a vida profissional quanto a pessoal da pessoa perseguida”, explica Dr. Tiago Juvêncio.
No caso específico do torneio em que Raducanu competia, a rápida intervenção da organização esportiva foi essencial para minimizar os danos psicológicos e garantir a integridade da atleta.
"Nesse caso específico, é importante destacar a rápida intervenção da organização esportiva, que garantiu a segurança dos participantes ao retirar o perseguidor do local e paralisar a partida. A atleta, evidentemente, não estava em condições psicológicas adequadas para competir em alto nível após o ocorrido”, ressalta o especialista.
O stalker expulso do evento já tinha histórico de perseguição contra a tenista, o que pode agravar a penalidade caso tenha descumprido alguma medida judicial. Em situações como essa, as autoridades devem ser acionadas com urgência.
“Se o indivíduo identificado já tiver sido condenado anteriormente pelo mesmo crime e estiver descumprindo uma medida judicial ao comparecer ao evento, poderá sofrer punições mais severas, incluindo até a restrição de liberdade”, alerta Juvêncio.
Para aqueles que sofrem com perseguições semelhantes, a orientação do especialista é sempre buscar ajuda e documentar cada detalhe da situação.
“Para aqueles que sofrem com o crime de stalking, a recomendação jurídica é procurar a polícia o quanto antes, registrando e documentando todos os atos, por menores que pareçam. Jamais se deve subestimar um perseguidor”, finaliza o advogado.
O caso de Emma Raducanu reforça a necessidade de maior conscientização sobre os perigos do stalking, crime que pode ter impactos irreversíveis na vida das vítimas. A atuação rápida das autoridades e da organização esportiva garantiu que a situação não tomasse proporções ainda mais graves, mas fica o alerta para que a legislação seja rigorosamente aplicada nesses casos.
Fonte: Revista Quem Globo
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